Avaliação da Acessibilidade Web Sob a Perspectiva do Analfabetismo Funcional

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Autores: Eliane Capra, Simone Bacellar Leal Ferreira, Denis Silva da Silveira & Bruno Ribeiro

Publicado em: Anais do III EnADI - Encontro da Administração da Informação – Porto Alegre – Maio 2011

Ano: 2011

A interação com Sistemas de Informação, em particular os executados na web, é um processo particular que exige do usuário certo grau de aprendizado. Assim, a interface, que é uma parte importante dessa interação, deve estar acessível de forma a não impedir que os usuários utilizem esses sistemas. Nesse contexto, a acessibilidade web está relacionada à remoção das barreiras que impedem que mais pessoas possam perceber, compreender e usufruir de todo apoio computacional oferecido pelos sistemas web. Dentre essas pessoas estão os analfabetos funcionais, que são aqueles aos quais faltam domínio nas habilidades de leitura, escrita, cálculos e ciências. É importante considerá-los como potenciais usuários da internet e propor soluções tecnológicas acessíveis para eles e também adequadas a um público mais letrado, mas que garantam que o conteúdo seja facilmente compreendido. Considerar as normas e as orientações de acessibilidade no projeto de interfaces minimiza barreiras no acesso a esses sistemas, mas considerar as avaliações de acessibilidade também é fundamental. A literatura propõe três tipos de avaliação: a automática, a realizada por especialista e a realizada com a participação de usuários com diferentes deficiências ou limitações. Pesquisas revelaram que realizar avaliações automáticas e com especialistas não são suficientes para tornar a interface de um sistema acessível. Existem barreiras que só são detectadas com a avaliação de usuários com diferentes deficiências ou limitações, baseando-se em métodos de avaliação da usabilidade adaptados. Foram encontrados na literatura alguns trabalhos que se baseiam em testes de usabilidade para avaliar a acessibilidade, mas em sua maioria com foco em pessoas com deficiência visual. Este artigo teve por objetivo pesquisar o comportamento dos usuários analfabetos funcionais, identificando características importantes que avaliadores e especialistas devem considerar na realização de uma avaliação de acessibilidade com esse público. Para isso, foram realizados dois estudos: (a) um etnográfico e (b) um com avaliação com a participação de analfabeto funcional. No primeiro buscou-se conhecer o universo desse público, identificando características importantes que contribuíssem para a adaptação dos métodos de avaliação de usabilidade para avaliar a acessibilidade com analfabetos funcionais. No segundo, buscou-se aplicar os conhecimentos adquiridos no estudo etnográfico, identificando as melhores estratégias que especialistas e pesquisadores devem considerar nas avaliações de acessibilidade com o público pesquisado. Assim, foram elaboradas recomendações que auxiliam na condução de avaliações de acessibilidade com a participação de analfabetos funcionais, a fim de tornar os conteúdos da web mais acessíveis e acelerar a inclusão desses usuários no universo informacional.

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Link para publicação oficial: http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnADI/enadi_2011/2011_ENADI142.pdf