Método de Entrevistas Baseadas em Cenários e Tarefas
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Autores: Patrícia Tavares, Simone Bacellar Leal Ferreira & Luiz Agner
Publicado em: Conferência do XXIX ENANPAD – Encontro Nacional dos Programas de Pós Graduação em Administração – Rio de Janeiro – ISSN 2177 2568
Ano: 2010
Com a evolução dos computadores, houve também uma evolução no universo de usuários desses equipamentos: o público-alvo, constituído na maioria de profissionais de tecnologia da informação, se tornou heterogêneo, formado por pessoas de diferentes níveis de conhecimento, objetivos e limitações. Este fato gerou uma necessidade de melhorar e facilitar a interação entre o computador e o usuário. Essa facilidade de interação, que deve ser transparente e objetiva, é chamada de usabilidade, um atributo de qualidade essencial em um sistema. Como a preocupação com usabilidade deve ser uma constante, desde as fases iniciais de um projeto, os testes de usabilidade devem ser conduzidos durante todo desenvolvimento do sistema. Esses testes ajudam a identificar as necessidades e expectativas do usuário, minimizam o stress da aceitação do sistema e evitam alterações de última hora. Além disso, eles motivam o usuário, que se sente parte do processo de desenvolvimento. Porém os métodos para avaliar as interfaces muitas vezes são subutilizados pelos desenvolvedores, que os consideram técnicas caras e que demandam de muito tempo para serem aplicados. Com base nessas dificuldades, este artigo apresenta um teste de usabilidade desenvolvido especificamente para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chamado de método de entrevistas baseadas em cenários e tarefas. Essa técnica de avaliação consiste de uma forma flexibilizada dos testes de usabilidade e foi adaptada para ser aplicada ao contexto do IBGE, com a participação dos entrevistadores desse instituto, que utilizam PDAs (Personal Digital Assistant) para suas coletas de dados. Os PDAs são dispositivos móveis utilizados nas visitas de campo, onde são armazenadas as informações das entrevistas realizadas. O método proposto é formado por duas etapas: primeiro, o usuário (entrevistador do IBGE) é observado utilizando o PDA em seu contexto uso, isto é, durante a visita de campo, que é quando os as pessoas entrevistadas estão fornecendo dados para o IBGE. Neste momento, devido à proteção da identidade do informante e ao sigilo dos dados, não é possível filmar e nem fotografar. Depois, o usuário é convidado a participar de uma entrevista de usabilidade, onde é montado um laboratório portátil composto por um notebook, equipado com webcam, um microfone e um PDA. São fornecidos aos participantes os cenários, que são textos explicativos que simulam situações comuns que ocorrem nos trabalhos de campo, para que ele utilize o aplicativo no PDA. A interação é toda gravada em vídeo. A análise das imagens gravadas permitiu que os pesquisadores detectassem vários problemas de usabilidade, em graus variados. Outro benefício foi o fato dos participantes terem colaborado com suas experiências, expondo suas reais necessidades. O teste foi criado com a preocupação deixá-los à vontade e para que não se sentissem constrangidos por estarem sendo observados. Sendo um teste de custo baixo, fácil aplicação e rápida condução, o método apresentado pode ser facilmente contextualizado para outros cenários, de forma a ser empregado para a avaliação de websites, intranets e demais softwares.
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Link para publicação oficial: http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/enanpad_2010/ADI/2010_ADI530.pdf